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domingo, 8 de dezembro de 2013

Tecido muscular

O tecido muscular é altamente diversificado, especializado e se organiza de várias formas, sendo que sua origem é mesenquimal. De acordo com suas características morfológicas e funcionais, distingue-se três tipos de tecido muscular: estriado esquelético, liso e estriado cardíaco.

TECIDO MUSCULAR ESTRIADO ESQUELÉTICO
      O tecido muscular esquelético é formado por feixes de células muito longas, cilíndricas, multinucleadas e contendo muitos filamentos, as miofibrilas, e suas estrias apresentam um padrão regular. Esse tecido se caracteriza por ser muito resistente a tensão a longo prazo e sua contração é voluntária.
      Esse tecido se organiza em envoltórios, sendo que o envoltório mais externo que organiza um conjunto de feixes e recobre o músculo inteiro é o epimísio. Do epimísio partem finos septos de tecido conjuntivo que se dirigem para o interior do múculo, separando os feixes, esses septos constituem o perimísio. Assim o perimísio envolve os feixes de fibras. Cada fibra muscular, individualmente, é envolvida pelo endomísio.
TECIDO MUSCULAR LISO
      O músculo liso é formado pela associação de células longas, mais espessas no centro e afilando-se nas extremidades, com núcleo único e central. É responsável pela movimentação de líquidos, alimentos e sangue, a sua contração é lenta e involuntária. Diferentemente do muscular esquelético esse tecido não apresenta estrias. O músculo liso está presente no trato digetório no sistema circulatório.
TECIDO MUSCULAR ESTRIADO CARDÍACO
      O tecido muscular estriado cardíaco é constituído por células alongadas e ramificadas, esse tecido é encontrado especificamente no coração e sua contração é involuntária. Uma característica exclusiva do músculo cardíaco é a presença de linhas transversais fortemente coráveis que aparecem em intervalos irregulares ao longo da célula. Estes discos intercalares são complexos juncionais encontrados na interface de células musculares adjacentes, eles servem para propagação do estimo contrátil.

ANATOMIA FUNCIONAL E ULTRAESTRUTURA 
  Estrutura muscular: as organelas mais abundantes do tecido muscular são as mitocôndrias, devido a necessidade energética da célula.
  Estrutura molecular: as fibras musculares são compostas por milhares de miofibrilas. Essas fibras são compostas por uma estrutura molecular complexa que é dividida em:
Faixa A
Faixa escura que é anisotrópica, e por isso, recebeu o nome de faixa A. Apresenta miofilamentos grossos – Miosina
Zona H
Região clara no centro da faixa A.
Linha M
Ponto chave da contração, no centro da zona H.
Faixa I
Faixa clara que é isotrópica, e por isso, faixa I. Apresenta miofilamentos finos – Actina.
Linha Z
Fica no centro da faixa I, sendo o ponto de fixação para I.
Sarcômero
Unidade funcional do músculo se situa entre duas linhas Z.
Miofilamentos finos: miofilamentos finos são formados por monômeros de actina-G e o entrelaçamento dos monômeros forma Actina-F. A união da tropomiosina com a troponina forma o complexo troponina-tropomiosina que tem função de aumentar a força de contração do músculo.
Miofilamentos grossos: os miofilamentos grossos são formados por miosina, que é dividida em meromiosina leve e pesada. A meromiosina leve é a porção retilínea – cauda e a meromiosina pesada é dividida em subunidade 1(S1) e subunidade 2(S2), a S1 é a cabeça da miosina e a S2 é o elo flexível entre a cabeça e a cauda.
 SISTEMA DE MEMBRANAS
Sarcolema: Membrana eletricamente excitável, composto de material fibroso discreto.
Retículo Sarcoplasmático: É responsável pela captação, armazenamento e liberação de cálcio conforme a necessidade. Esse retículo é uma rede de cisternas do retículo endoplasmático liso, que envolve grupos de miofilamentos, separando-os em feixes cilíndricos. O sistema de túbulos transversais ou sistema T é responsável pela contração uniforme de cada fibra muscular esquelética.
CONTRAÇÃO MUSCULAR
         O sarcômero em repouso consiste em filamentos finos e grossos que se sobrepõem parcialmente. A contração deve-se ao deslizamento dos filamentos uns sobre os outros, o que aumenta a tamanhão da zona de sobreposição entre os filamentos e diminui o tamanha do sarcômero.
         A contração se inicia na faixa A, onde os filamentos de finos e grossos se sobrepõem, durante a contração ocorre a interação das cabeças de miosina com a actina. Embora o filamento grosso possua um elevado número de cabeças de miosina, em cada momento de contração apenas um pequeno número de cabeças alinha-se com os locais de combinação da actina. Essas pontes de actina-miosina só ocorrem na presença de ATP.
          Uma única contração muscular é o resultado de milhares de ciclos de formação e destruição de pontes de actina-miosina.
          Na contração a faixa I diminui de tamanho, porque os filamentos de actina penetram na faixa A. Ao mesmo tempo a zona H também se reduz, à medida que os filamentos finos se sobrepõem completamente aos grossos.
INERVAÇÃO
         A contração de fibras musculares esqueléticas é comandada por nervos motores que se ramificam no tecido conjuntivo do perimísio, onde cada nervo origina numerosos ramos. Essa adesão dos nervos motores com o perimísio forma a placa motora.
ARCO REFLEXO


        O arco reflexo medular representa o nível mais simples, na hierarquia dos mecanismos de controle motor. A medula espinhal recebe estímulos sensoriais do músculo, e envia impulsos motores para ele. Um exemplo de arco reflexo é o "reflexo patelar", no qual há uma súbita contração do músculo mediante um estímulo direcionado ao tendão do joelho.


          Alguns músculos possuem, em suas entranhas, o fuso neuro-muscular. A ele são ligadas fibras nervosas que se dirigem à medula espinhal.


           Ao receber os impulsos elétricos provenientes de um fuso neuro-muscular, a medula gera potenciais de ação nos axônios motores, e o músculo irá se contrair, retornando ao comprimento inicial. As fibras intra-fusais são capazes de gerar potenciais de ação com freqüências que refletem fielmente tanto o comprimento inicial e final do músculo que se alonga (aspectos estáticos do alongamento), quanto a velocidade com que se processa tal alongamento (aspectos dinâmicos do alongamento).


            Como vemos, o arco reflexo simples visa fornecer um mecanismo de manutenção do comprimento do músculo dentro de parâmetros constantes. O arco reflexo simples, é, pois, um exemplo de mecanismo servo, com realimentação.

Como o leite é produzido nos seios?



Produção de leite e prolactina


               A produção de leite em grande escala começa de 24 a 48 horas depois que o bebê nasce. Esse período é cientificamente conhecido como lactogênese. 


            Após a retirada da placenta, os níveis dos hormônios estrogênio e progesterona começam a declinar. O hormônio prolactina, cuja quantidade vinha aumentando durante toda a gestação, é então liberado, para sinalizar ao corpo que é hora de produzir bastante leite. 


                  Pesquisas indicam que a prolactina é também responsável por uma sensação maior de "maternidade", daí ter sido batizada por alguns especialistas de o hormônio do instinto materno. Em geral, o leite demora mais para "descer" no primeiro filho. 

              À medida que o corpo se prepara para a lactação, ele libera mais sangue para a região dos alvéolos, deixando os seios firmes e cheios. Vasos sanguíneos meio inchados, combinados com a abundância de leite, podem deixar as mamas temporariamente doloridas, quentes e cheias demais, e provocar um ingurgitamento mamário, porém a própria amamentação ajudará a aliviar o desconforto inicial. 



Primeiro desce o colostro



                 Nos primeiros dias de aleitamento, o bebê será alimentado por uma substância viscosa, meio transparente e rica em proteínas conhecida como colostro. É possível que nas últimas semanas de gestação você tenha notado o vazamento de gotas deste líquido esbranquiçado (para algumas mulheres isso já ocorre no segundo trimestre). 


            Esse precioso líquido é cheio de anticorpos chamados de imunoglobulinas, fortificantes naturais para o sistema imunológico do bebê. O leite materno se transforma no decorrer da amamentação a fim de suprir todas as necessidades da criança. 


               Para que o bebê possa mamar, é preciso que o leite "desça" dos alvéolos. O processo funciona assim: o bebê suga o mamilo, o que estimula a hipófise a liberar os hormônios ocitocina e prolactina para a corrente sanguínea. Ao alcançar seu seio, a ocitocina provoca a contração dos pequenos músculos ao redor dos alvéolos cheios de leite. O líquido passa então para os ductos, que o transportam para os ductos que ficam pouco abaixo da aréola do seio. Ao sugar, o bebê faz com que o leite dos ductos chegue à sua boca. 


O sistema respiratório

             A função do sistema respiratório é facultar ao organismo uma troca de gases com o ar atmosférico, assegurando permanente concentração de oxigênio (O²) no sangue, necessária para as reações metabólicas, e em contrapartida servindo como via de eliminação de gases residuais, que resultam dessas reações e que são representadas pelo dióxido de carbono (CO2).
           Este sistema é constituído pelos tratos (vias) respiratórios superior e inferior. O trato respiratório superior é formado por órgãos localizados fora da caixa torácica: nariz externo, cavidade nasal, faringe, laringe e parte superior da traquéia. O trato respiratório inferior consiste em órgãos localizados na cavidade torácica: parte inferior da traquéia, brônquios, bronquíolos, alvéolos e pulmões. As camadas das pleuras e os músculos que formam a cavidade torácica também fazem parte do trato respiratório inferior.
Como funções do sistema respiratório, têm-se:
- Hematose: processo de troca gasosa;
- Regulação do pH sanguíneo;
- Eliminação de calor e água;
- Olfação;
- Filtração, aquecimento e umedecimento do ar inspirado.


NARIZ

          O nariz é uma protuberância situada no centro da face, sendo sua parte exterior denominada nariz externo e a escavação que apresenta interiormente conhecida por cavidade nasal. O nariz externo tem a forma de uma pirâmide, de base inferior, e cuja face posterior se ajusta verticalmente no 1/3 médio da face. As faces laterais do nariz apresentam uma saliência semilunar que recebe o nome de asa do nariz.
O ar entra no trato respiratório através de duas aberturas chamadas narinas. Em seguida, flui pelas cavidades nasais direita e esquerda, que estão revestidas por mucosa respiratória. O septo nasal, formado por osso (vômer e etmóide) e cartilagem, separa essas duas cavidades. Os pêlos do interior das narinas (vibrissas) filtram grandes partículas de poeira que poderiam ser inaladas. Além disso, a cavidade nasal contém células receptoras para o olfato.
             A cavidade nasal é a escavação que encontramos no interior do nariz, ela é subdividida em dois compartimentos um direito e outro esquerdo. Cada compartimento dispõe de um orifício anterior que é a narina e um posterior denominado coana. As coanas fazem a comunicação da cavidade nasal com a faringe. É na cavidade nasal que o ar torna-se condicionado, ou seja, é filtrado, umedecido e aquecido.
           Na parede lateral da cavidade nasal encontramos as conchas nasais (cornetos) que são divididas em superior, média e inferior.

           O esqueleto ósseo do nariz é formado pelo osso frontal, ossos nasais e maxilares. A cavidade nasal contém várias aberturas de drenagem, pelas quais o muco dos seios paranasais é drenado. Os seios paranasais compreendem os seios maxilares, frontal, etmoidal e o esfenoidal.
 
FARINGE

             A faringe é um tubo que começa nas coanas e estende-se para baixo no pescoço. Ela se situa logo atrás das cavidades nasais e logo à frente às vértebras cervicais. Sua parede é composta por músculos e revestida de túnica mucosa. A faringe funciona como uma passagem de ar e alimento.
           Ela é dividida em três regiões anatômicas: nasofaringe, orofaringe e laringofaringe. A porção superior da faringe, denominada parte nasal ou nasofaringe, tem as seguintes comunicações: duas com as coanas, dois óstios faringeos das tubas auditivas e com a orofaringe. A tuba auditiva se comunica com a faringe através do óstio faríngeo da tuba auditiva, que por sua vez conecta a parte nasal da faringe com a cavidade média timpânica do ouvido. A parte média da faringe, a orofaringe, situa-se atrás da cavidade oral e estende-se do palato mole até o nível do hióide. A parte da orofaringe tem comunicação com a boca e serve de passagem tanto para o ar como para o alimento. A laringofaringe estende-se para baixo a partir do osso hióide, e conecta-se com o esôfago (canal do alimento) e anteriormente com a laringe (passagem de ar). Como a parte oral da faringe, a laringofaringe é uma via respiratória e também uma via digestória.

LARINGE

          A laringe é um órgão curto que conecta a faringe com a traquéia. Ela se situa na linha mediana do pescoço, diante da quarta, quinta e sexta vértebras cervicais. A laringe tem três funções:
  •   Atua como passagem para o ar durante a respiração;
  •   Produz som, ou seja, a voz;br
  •   Impede que o alimento e objetos estranhos entrem nas estruturas respiratórias (como a traquéia).
         A laringe desempenha função na produção de som, que resulta na fonação. Na sua superfície interna, encontramos uma fenda ântero-posterior denominada vestí-bulo da laringe, que possui duas pregas: prega vestibular (cordas vocais falsas) e prega vocal (cordas vocais verdadeiras). A laringe é uma estrutura triangular constituída principalmente de cartilagens, músculos e ligamentos.
       A parede da laringe é composta de nove peças de cartilagens. Três são ímpares (cartilagem tireóidea, cricóidea e epiglótica) e três são pares (cartilagem aritenóidea, cuneiforme e corniculada).
             A cartilagem tireóidea consiste de cartilagem hialina e forma a parede anterior e lateral da laringe, é maior nos homens devido à influência dos hormônios durante a fase da puberdade. As margens posteriores das lâminas apresentam prolongamentos em formas de estiletes grossos e curtos, denominados cornos superiores e inferiores.
          A cartilagem cricóide localiza-se logo abaixo da cartilagem tireóide e antecede a traquéia. A epiglote se fixa no osso hióide e na cartilagem tireóide. A epiglote é uma espécie de "porta" para o pulmão, onde apenas o ar ou substâncias gasosas entram e saem dele. Já substâncias líquidas e sólidas não entram no pulmão, pois a epiglote fecha-se e estas se dirigem ao esôfago.
           A cartilagem aritenóide articula-se com a cartilagem cricóide, estabelecendo uma articulação do tipo diartrose. As cartilagens aritenóides são as mais importantes porque influenciam as posições e tensões das pregas vocais (cordas vocais verdadeiras). A cartilagem corniculada situa-se acima da cartilagem aritenóide. A cartilagem cuneiforme é muito pequena e localiza-se anteriormente à cartilagem corniculada correspondente, ligando cada aritenóide à epiglote.
TRAQUÉIA

               A traquéia é um tubo de 10 a 12,5cm de comprimento e 2,5cm de diâmetro. Constitui um tubo que é contínuo à laringe, penetra no tórax e termina se bifurcando em dois brônquios principais. Ela se situa medianamente e anterior ao esôfago, e apenas na sua terminação, desvia-se ligeiramente para a direita.
             O arcabouço da traquéia é constituído aproximadamente por 20 anéis cartilaginosos incompletos posteriormente, denominados cartilagens traqueais.  Internamente, a traquéia é forrada por mucosa, onde abundam glândulas, e o epitélio é ciliado, facilitando a expulsão de mucosidades e corpos estranhos.  Inferiormente, a traquéia se bifurca numa, dando origem aos 2 brônquios principais: direito e esquerdo.
           A parte inferior da junção dos brônquios principais é ocupada por uma saliência ântero-posterior que recebe o nome de Carina da traquéia, e serve para acentuar a separação dos dois brônquios.
BRÔNQUIOS

         Os brônquios principais fazem a ligação da traquéia com os pulmões. A traquéia e os brônquios extrapulmonares são constituídos de anéis incompletos de cartilagem hialina, tecido fibroso, fibras musculares, mucosa e glândulas. O brônquio principal direito é mais vertical, mais curto e mais largo do que o esquerdo. Os brônquios principais entram nos pulmões na região chamada hilo pulmonar. Ao atingirem os pulmões correspondentes, os brônquios principais subdividem-se nos brônquios lobares (secundários ou de segunda ordem). Os brônquios lobares subdividem-se em brônquios segmentares (terciários ou de terceira ordem), cada um destes distribuindo-se a um segmento pulmonar.


          Os brônquios dividem-se respectivamente em tubos cada vez menores denominados bronquíolos. As paredes dos bronquíolos contêm músculo liso e não possuem cartilagem; continuam a se ramificar, e dão origem a minúsculos túbulos denominados ductos alveolares. Estes ductos terminam em estruturas microscópicas com forma de uva chamados alvéolos. Estes são minúsculos sáculos de ar que constituem o final das vias respiratórias. Um capilar pulmonar envolve cada alvéolo. A função dos alvéolos é trocar oxigênio e dióxido de carbono através da membrana capilar alvéolo-pulmonar (membrana respiratória).

PULMÕES

           Os pulmões são órgãos essenciais na respiração. São duas vísceras situadas uma de cada lado no interior do tórax e onde se dá o encontro do ar atmosférico com o sangue circulante, ocorrendo então, as trocas gasosas (hematose). Eles estendem-se do diafragma até um pouco acima das clavículas e estão justapostos às costelas.
            O pulmão direito é o mais espesso e mais largo que o esquerdo. Ele também é um pouco mais curto pois o diafragma é mais alto no lado direito para acomodar o fígado. O pulmão esquerdo tem uma concavidade que é a incisura cardíaca. Cada pulmão têm uma forma que lembra uma pirâmide com um ápice, uma base, três bordas e três faces.
            Ápice do Pulmão: está voltado cranialmente e tem forma levemente arredondada. Apresenta um sulco percorrido pela artéria subclávia, denominado sulco da artéria subclávia. No corpo, o ápice do pulmão atinge o nível da articulação esterno-clavicular.
Base do Pulmão: a base do pulmão apresenta uma forma côncava, apoiando-se sobre a face superior do diafragma. A concavidade da base do pulmão direito é mais profunda que a do esquerdo (devido à presença do fígado).
           Margens do Pulmão: os pulmões apresentam três margens: uma anterior, uma posterior e uma inferior. A borda anterior é delgada e estende-se à face ventral do coração. A borda anterior do pulmão esquerdo apresenta uma incisura produzida pelo coração, a incisura cardíaca. A borda posterior é romba e projeta-se na superfície posterior da cavidade torácica.                 A borda inferior apresenta duas porções: (1) uma que é delgada e projeta-se no recesso costofrênico e (2) outra que é mais arredondada e projeta-se no mediastino
Peso: os pulmões têm em média o peso de 700 gramas.
Altura: os pulmões tem em média a altura de 25 centímetros.
Faces: o pulmão apresenta três faces:
          a) Face Costal (face lateral): é a face relativamente lisa e convexa, voltada para a superfície interna da cavidade torácica.
          b) Face Diafragmática (face inferior): é a face côncava que assenta sobre a cúpula diafragmática.
             c) Face Mediastínica (face medial): é a face que possui uma região côncava onde se acomoda o coração. Dorsalmente encontra-se a região denominada hilo ou raiz do pulmão.
Divisão: Os pulmões apresentam características morfológicas diferentes. O pulmão direito apresenta-se constituído por três lobos divididos por duas fissuras. Uma fissura oblíqua que separa lobo inferior dos lobos médio e superior e uma fissura horizontal, que separa o lobo superior do lobo médio.
             O pulmão esquerdo é dividido em um lobo superior e um lobo inferior por uma fissura oblíqua. Anteriormente e inferiormente, o lobo superior do pulmão esquerdo apresenta uma estrutura que representa resquícios do desenvolvimento embrionário do lobo médio, a língula do pulmão.
           Cada lobo pulmonar é subdividido em segmentos pulmonares, que constituem unidades pulmonares completas, consideradas autônomas sob o ponto de vista anatômico.


Pulmão Direito
* Lobo Superior: apical, anterior e posterior;
* Lobo Médio: medial e lateral;
* Lobo Inferior: apical (superior), basal anterior, basal posterior, basal medial e basal lateral.
Pulmão Esquerdo
* Lobo Superior: apicoposterior, anterior, lingular superior e lingular inferior;
* Lobo Inferior: apical (superior), basal anterior, basal posterior, basal medial e basal lateral.
Hilo do Pulmão:
           A região do hilo localiza-se na face mediastinal de cada pulmão, sendo formado pelas estruturas que chegam e saem dele, onde temos: os brônquios principais, artérias pulmonares, veias pulmonares, artérias e veias bronquiais e vasos linfáticos.
           Os brônquios ocupam posição caudal e posterior, enquanto que as veias pulmonares são inferiores e anteriores. A artéria pulmonar ocupa uma posição superior e mediana em relação a essas duas estruturas. A raiz do pulmão direito encontra-se dorsalmente disposta à veia cava superior. A raiz do pulmão esquerdo relaciona-se anteriormente com o nervo frênico. Posteriormente relaciona-se com o nervo vago.

Pleuras:
            É uma membrana serosa de dupla camada que envolve e protege cada pulmão. A camada externa é aderida à parede da cavidade torácica e ao diafragma, e é denominada Pleura Parietal (reflete-se na região do hilo pulmonar para formar a pleura visceral). A camada interna, Pleura Visceral, reveste os próprios pulmões (adere-se intimamente à superfície do pulmão e penetra nas fissuras entre os lobos).
Entre as pleuras visceral e parietal encontra-se um pequeno espaço, a cavidade pleural, que contém pequena quantidade de líquido lubrificante, secretado pelas túnicas. Esse líquido reduz o atrito entre as túnicas, permitindo que elas deslizem facilmente uma sobre a outra, durante a respiração.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

A vespa e a barata




A vespa-jóia
(Ampulex compressa) usa a barata (Periplaneta americana) para a incubação de um ovo em seu corpo. O vídeo abaixo auxilia a discussão a seguir





A vespa joia (Ampulex compressa) é um parasitoide altamente específico da barata Periplaneta americana, o ataque e a injeção do veneno da vespa na barata se dar por movimentos precisos e coordenados, o que garante a completa inanição da barata, garantindo o desenvolvimento das larvas da própria vespa dentro do corpo da barata. O ataque se dá por meio de duas picadas, a priori a A. compressa atinge o gânglio torácico, onde o veneno é injetado. Nesse momento a barata perde o movimento das pernas dianteiras. A posteriori, com um segundo golpe, a vespa utiliza sua antena para encontrar o local certo para injeção do veneno no cérebro da sua vítima, deixando-a como um zumbi. A vespa faz isso para controlá-la afim de que ela continue a realizar suas funções metabólicas e assim servir de fonte de alimento vivo para sua larva, e não para paralisa-la.
A vespa injeta o veneno no gânglio cerebral da barata, que nos insetos são considerados como centro neuronal de ordem superior. A neurotoxina da vespa causa um bloqueio na transmissão sensitiva da substância responsável pelo movimento, a dopamina, devido aos compostos presentes na sua toxina. No primeiro ataque, quando o veneno entra em contato com o gânglio torácico da barata, promove o bloqueio dos receptores de membrana pós-sinápticos, impedindo que a informação seja transmitida e, consequentemente, causando a paralisia na barata. A dopamina é um neurotransmissor sintetizado em áreas do sistema nervoso central e periférico, e assim que formada, é encapsulada em vesículas e posteriormente será liberada durante a sinapse, ela possui função ligada ao movimento, a memória, a atenção, a recompensa agradável, dentre outras. Essas vesículas encontram-se concentradas no terminal axônico, e quando os impulsos nervosos chegam a esse terminal, os neurotransmissores são liberados por meio da exocitose. Para ocorrer a sinapse é necessária a transferência dos neurotransmissores da membrana pré-sináptica, para a membrana pós-sináptica. Como o veneno da vespa joia bloqueia a transmissão desse neurotransmissor, no primeiro momento ela impede a comunicação entre o gânglio torácico com os membros e no segundo momento, quando injeta seu veneno no cérebro da barata, bloqueia especificamente os receptores do neurotransmissor excitatório octopamina (age no controle dos movimentos e sensações), interferindo na resposta motora da barata, fazendo-a perder a motivação de fugir, transformando-a em um “zumbi”. Portanto a barata fica a mercê da vespa, que a carrega para a sua toca, deposita seu ovo na axila da barata, e dali eclodirá em poucos dias uma larva que se alimentará da barata viva, porem em estado de metabolismo basal, imóvel e indefesa, até que todos os seus órgãos sejam consumidos pela larva e esta se desenvolva em uma nova vespa joia.
Nota-se então, a enorme especificidade da ação do veneno das vespas joia em baratas de esgoto, que não pode ser muito forte, ou irá levar a barata à morte, fugindo do seu propósito, que é mantê-la viva para servir de alimento para seus descendentes; e também não pode ser fraco ou injetado no local errado, ou então a barata fugirá. Percebe-se também ação desse veneno nas respostas neuronais do sistema motor da barata, o que reflete a ação ativa e constante da evolução no que tange as interações ecológicas dos animais em busca da sobrevivência.